15 de setembro
Direitos Humanos e Psicologia são debatidos na Estácio de Sá de Nova Iguaçu
Conversa teve participação das coordenações do FGB e do CDH
O coordenador do Fórum Grita Baixada, Adriano de Araujo e a coordenadora do Centro de Direitos Humanos de Nova Iguaçu, Yolanda Florentino participaram nessa quinta (14/09) da mesa de encerramento da VII Semana de Psicologia da Universidade Estácio de Sá, que, nesse ano, teve como tema “Dizeres em Psicologia: interfaces e conexões”. A mesa também contou com a participação da psicóloga Mônica Valéria Affonso Sampaio, presidente da comissão gestora da subsede Baixada Fluminense do Conselho Regional de Psicologia.
Araujo, em sua fala, propôs conectar relações de causa e consequência sob determinados aspectos de reação da sociedade a algumas políticas de segurança pública e sobre quem milita nos Direitos Humanos. Ponderou, como exemplo inicial, que quem defende um tratamento justo para criminosos, de acordo com o que determina a legislação em vigor, e não na base do revanchismo ou do ódio, não possui um olhar menos responsabilizante sobre quem comete crimes ou delitos. Apenas salientou que o cumprimento da pena seja feita de forma digna para a sua recuperação e reinserção de convívio em grupo.
Sobre os recentes atentados promovidos em locais de práticas religiosas de matriz africana, especialmente a umbanda e candomblé, disse que mais do que uma violação a um grupo religioso “ é uma violação contra todos nós”. “Todos temos o direito de professar a nossa fé, assim como temos direitos de escolher os nossos deuses e não achar que seu deus é superior ou mais perigoso que o meu. Até mesmo quem não acredita em Deus tem o direito de se manifestar. Isso é só uma parte desse grande complexo de questões que são as discussões sobre Direitos Humanos”, argumentou Araujo.
Ele lembrou que a violência traz a sua face mais perversa, mas não apenas de quem comete crimes. “Existe também uma economia da violência, grupos que exploram a sua manutenção e permanência. Seja a mídia, que precisa vender uma eterna sensação de insegurança, sejam políticos que exploram o medo para se elegerem, seja a indústria de armas. Essa última tem uma peculiaridade: imagem o quanto ela pode lucrar se for aprovada no Congresso alguma lei que permita que as guardas municipais dos mais de 5 mil municípios do Brasil andem armados e com coletes à prova de balas.”, indagou.
Já a coordenadora do Centro de Direitos Humanos, irmã Yolanda Florentino, disse o Brasil é avançado em termos de ordenamento jurídico, embora seja preciso “estarmos aqui para falar de Direitos Humanos”. “O Estado precisa garantir todas as condições de efetivação de direitos. Mas também precisamos alimentar uma responsabilidade social que deveria estar em cada um de nós”, disse. Lembrando que estava na mesa representando a Igreja Católica, ela afirmou que preferia o conceito de justiça bíblica, já que a manutenção de justiça não veio com os recentes governos. “Logo no Pentateuco (o conjunto dos primeiros cinco livros que compõem o Velho Testamento da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levíticos, Números e Deuteronômio) , encontramos escritos que dizem que ´homens e mulheres merecem os seus direitos´. Portanto esse clamor por justiça não é nenhuma novidade. Só precisa ser continuado.