Encontro sobre segurança pública em Duque de Caxias envolveu apresentação

do FGB e dinâmicas sobre os desafios a serem enfrentados

 

No último sábado, 26 de agosto, o Fórum Grita Baixada (FGB) participou do encontro do Regional Centro da Diocese de Duque de Caxias, na Igreja Santa Terezinha, no bairro Parque Lafaiete. O articulador Douglas Almeida e o assessor de comunicação Fábio Leon foram responsáveis em conduzir ao longo da manhã uma discussão sobre a conjuntura nacional, estadual e as implicações na Baixada Fluminense, sobretudo na segurança pública da região. Estiveram presentes cerca de 100 pessoas representantes das pastorais e comunidades católicas das paróquias da região central de Caxias.

 

Logo no início do encontro os participantes, foram questionados se já conheciam o trabalho do FGB. Mais da metade do grupo disse já ter ouvido falar ou participado de alguma atividade promovida pelo Fórum. Além disso, a história desse movimento foi contada de forma breve, reforçando a atuação nos dias de hoje, principalmente os trabalhos nos núcleos, incluindo um resumo das atividades do núcleo Imbariê, e a Frente Intermunicipal de Valorização da Vida (FIVV). Sobre ela, Fábio Leon disse que “a FIVV é um espaço importante para o diálogo com o poder público na busca de soluções para o problema da violência letal” e indicou ser necessário que a população de Duque de Caxias cobre a participação do poder público municipal na frente.

 

Ao longo da manhã diversos assuntos foram debatidos, instigados pela dinâmica dos privilegiados, todos foram chamados a refletir sobre os privilégios que pouca gente tem em comparação com a maioria da população, situações que representam as desigualdades sociais existentes no país e aprofundadas nas regiões periféricas. A partir disso, o papel do indivíduo foi pensado através da lógica atual do individualismo, do consumismo, dos preconceitos e o processo de uniformização da cultura.

 

Após a reflexão sobre o indivíduo e essa crise que interfere nos processos coletivos, uma outra crise foi discutida relacionada ao cenário nacional conturbado. Foi feito um histórico da política e da economia nacional nos últimos 20 anos pra chegar na atualidade, onde, segundo Douglas Almeida, “o Brasil sofre uma crise política, econômica e social, com sérios riscos à democracia e aos direitos, principalmente porque a população está buscando soluções fáceis para problemas complexos, ecoando vozes de salvadores da pátria, deixando de lado a construção de um projeto de país”.

 

Os participantes foram convidados também a refletir em grupo sobre os principais problemas que impedem a vida plena na Baixada Fluminense. Antes dessa divisão, foi lembrado pelo participante Sebastião Andrade que “estamos vivendo uma crise na segurança pública, com um alto número de homicídios, inclusive 99 policiais foram mortos neste ano no Estado do Rio de Janeiro”. Ele e todos os participantes depois seriam comunicados que o corpo do 100º policial assassinado estava na UPA do Parque Lafayete em frente à igreja aonde acontecia a atividade. Os grupos apontaram a violência, a corrupção, a falta de educação de qualidade, o transporte e a saúde como os principais problemas, algo que foi reafirmado com a apresentação do articulador do mapa das desigualdades.

 

No final do encontro, numa chamada fila do povo, onde alguns participantes apresentavam ideias e propostas de ação, alguns pontos foram colocados e ficaram como encaminhamento do encontro, dentre eles: fazer um trabalho de conscientização com crianças e adolescente nas escolas, incluindo seus familiares; divulgar as informações passadas pelo FGB para grupos e pastorais, buscando soluções compartilhadas; fortalecer grupos de base e as pastorais sociais; e criar mais encontros para discutir as realidades sociais brasileiras. No encerramento, os representantes do Fórum Grita Baixada receberam duas agendas 2018 de presente, já com o compromisso de contribuir em outros espaços e nas discussões da Campanha da Fraternidade de 2018 que terá como tema a superação da violência.

Parque Duque de Caxias.jpg
Duque de Caxias 3.jpg

Veja também no vídeo abaixo, a chamada "Dinâmica dos Privilégios", que inseriu o grupo

dentro da perspectiva histórica das desigualdades sociais