29 de janeiro de 2018
Convergência de ideias e propostas
Instituições parceiras do Fórum Grita Baixada apresentam planejamentos estratégicos para fortalecer, de forma conjunta, ações para 2018. Reunião contou com presença do deputado federal Alessandro Molon, da Frente Parlamentar de Prevenção da Violência e Redução de Homicídios, convidado para fornecer análise de conjuntura e dialogar sobre possíveis encaminhamentos em relação a insegurança pública na Baixada Fluminense
Na primeira reunião de 2018 da Coordenação Ampliada do Fórum Grita Baixada, ocorrida na última sexta-feira (26/01), as instituições integrantes do FGB e convidados apresentaram seus planejamentos estratégicos de forma a estabelecer a composição de um pacto de ações. Foi consenso de que esse será um ano movimentado, com a proximidade das eleições e do agravamento do cenário político, vislumbrando uma tendência cada vez mais conservadora, caracterizada pelo desmonte de uma série de direitos e garantias sociais articuladas por décadas e, por consequência, tornando-se cada vez mais frágeis para a população em geral.
Antes da apresentação de propostas das instituições parceiras, a reunião contou com a participação do deputado federal Alessandro Molon, da Frente Parlamentar de Prevenção da Violência e Redução de Homicídios convidado para fornecer uma análise de conjuntura e acolher perguntas e encaminhamentos dos membros das instituições que compõem o Fórum Grita Baixada.
Eis um resumo de suas considerações:
“Os números de segurança pública pioraram. O Estado que percentualmente é campeão em número de homicídios é o Rio de Janeiro. Esses dados foram disponibilizados mediante publicação do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Entretanto, os setores mais progressistas deixaram a discussão da violência em segundo plano, não conseguem trazer pra si a responsabilidade desse debate. Não por acaso, um dos candidatos mais bem posicionados ao cargo de presidente da República vende a promessa de que mais armas em circulação é a solução para o problema da violência no país. Mas infelizmente esse discurso está direcionado a uma demanda da sociedade que acredita que para combater a violência é preciso mais violência.”
“A Frente tem como prioridade a prevenção dos homicídios. Temos 60 mil pessoas mortas por ano. O que isso significa? É uma bomba atômica, como aquela de Nagasaki, na segunda guerra mundial, jogada no país todo ano. Mas por aqui ela mata apenas jovens pobres e negros. Uma bomba atômica seletiva. Um jovem negro é assassinado a cada 23 minutos no Brasil.”
“Precisamos estudar de que forma e onde ocorrem os crimes. Que tipo de crimes acontecem em determinados territórios? Precisamos pegar todos os prefeitos da Baixada e se reunir com as Dioceses para que eles expliquem se têm um plano de prevenção de homicídios em sua cidade e como ele será gerenciado”.
Em seguida, cada representante do colegiado de instituições do FGB forneceu suas pautas de planejamento;
Veja algumas das propostas apresentadas:
Adriano de Araújo, coordenador executivo do Fórum Grita Baixada: comentou sobre o documentário Nossos Mortos Têm Voz e o quanto é estratégico em termos institucionais. Haverá debates, lugar de fala e será levado a algumas instituições nacionais e internacionais, já que o filme terá legendagem em inglês e espanhol. Pediu que a parceria NAPAVE/CDHNI em relação aos atendimentos psicossociais de vítimas da violência fosse disseminada nos territórios, lembrando que há financiamento para transporte de ida e volta e almoço para as mulheres que serão atendidas. Também comentou sobre a criação de uma carta-manifesto, que evidenciaria um posicionamento crítico do ponto de vista institucional do FGB sobre as reformas do governo Temer.
Luís Claudio Moraes, Sepe Nilópolis: disse que a entidade poderá se responsabilizar pela exibição do documentário na rede estadual de ensino da Baixada
Fransérgio Goulart, assessor político do Centro de Direitos Humanos de Nova Iguaçu (CDHNI): mencionou possibilidade de inauguração do Memorial das Vítimas da Violência na Baixada, 31 de março, (ocasião em que serão lembrados os 13 anos da Chacina da Baixada.)
Nilson Henrique, Núcleo Queimados: propôs que a próxima reunião poderia ser em Queimados ou que as reuniões tivessem um caráter mais itinerante
Percival Tavares, Pastoral Operária: propôs que saísse nos jornais diocesanos o calendário de atividades do FGB. Pensa em realizar um curso de análise de conjuntura através de meios populares. A Pastoral Operária estará na criação das atividades da Semana da Baixada e da Chacina da Baixada.
Douglas Almeida, Casa Fluminense - Disse que a instituição está avaliando sobre a participação na Frente Intermunicipal pela Valorização da Vida (FIVV) e o próprio papel da FIVV no ano de 2018. Também falou da iniciativa "Rio Por Inteiro", com o objetivo de reunir um campo da sociedade civil para incidir no debate público a pauta da redução das desigualdades territoriais. Haverá a terceira edição do Curso de Políticas Públicas, em breve será divulgada a ementa e data das inscrições.
Daiane Mendes, Visão Mundial: apresentou as estratégias da Visão Mundial e MJPO que incluirão a participação do FGB/CDHNI em todas as ações de 2018. Já foram iniciados diálogos com a juventude das escolas municipais sobre as temáticas de Direito a Educação. Ela disse que há um calendário de atividades que funcionará de acordo com as necessidades do Fórum e ficou de divulgar em breve.
Carlos André Santos, Casa do Menor: Pretende convidar o FGB para a elaborar pautas sobre segurança pública e cidadania para as crianças e adolescentes atendidos pela instituição. Propôs que Percival (Pastoral Operária) pudesse realizar um curso de formação política, pois há uma importante demanda em função do desconhecimento sobre direitos e deveres.
Maria de Fátima da Silva, CHEIFA: (Jardim Gramacho). Quer que as instituições integrantes do FGB se conheçam melhor. Ela disse que as comunidades locais realizaram um plano de segurança para a proteção em operações policiais na região e gostaria de apresentar aos demais integrantes do FGB
Valmir Farias, Paróquia Santa Clara (Imbariê): citou o grupo de mobilidade local chamado Imbariê nos Trilhos e sinalizou que irá montar um trabalho em conjunto do FGB com as pastorais sociais.